4 – Plástico-bolha era usado como papel-de-parede



Se o plástico-bolha não tivesse sido inventado, provavelmente a produção mundial seria muito maior. Além de ser uma das melhores embalagens para produtos frágeis, era com certeza o material de maior diversão nos tempos anteriores à internet. Estourar as bolinhas de ar com os dedos é provavelmente um dos maiores prazeres da vida.
A brincadeira é tão viciante que já estão inventando sistemas eletrônicos que simulam a experiência. Por sorte nossa, não se usa mais esse “tecido” para cobrir nossas paredes, porque desse modo todo mundo ficaria em casa estourando as paredes.
Mas, e antigamente?

O uso original:

A primeira coisa a ser dita é que a necessidade não é sempre a mãe das invenções – algumas vezes os criadores realizam algo apenas por parecer legal, sem a mínima ideia do que fazer com isso. Por exemplo, o papel-alumínio foi inventado em 1903, mas ninguém se deu conta de que poderíamos embrulhar comida com isso. Só duas décadas depois a utilidade surgiu. O plástico-bolha é mais ou menos assim – uma dupla inventou o aparato, e depois se perguntou: “Ok, e agora?”.
Foi então que os inventores Alfred W. Fielding e Mark Chavannes decidiram que sua incrível invenção poderia ser vendida como “papel-de-parede bolha”, e fizeram o marketing necessário para que virasse uma moda na decoração de interiores. O mundo olhou para isso e deu risada, sem considerar a hipótese de compra (o que é estranho, já que o sonho de muitos hoje em dia seria um quarto assim).
Sem desistir, a dupla tentou um novo mercado: plástico-bolha para estufas. Novamente o fracasso. E aí o negócio teria terminado, se não fosse pela IBM.
A gigante dos computadores tinha acabado de lançar o modelo 1401, e precisava de uma forma de manter o caro equipamento a salvo durante os transportes. Fielding e Cavannes perceberam que tinham uma quantidade enorme de pequenos airbags, e como não tinham nada a perder, convenceram a IBM a utilizar o produto. As bolhas encontraram seu lugar no mercado e foi um sucesso instantâneo.

3 – “Massinha” era um limpador de papel-de-parede



Talvez nenhum brinquedo conte tanto com a imaginação do que a massinha. Ali está aquela massa colorida, esperando virar qualquer coisa: uma cobra, minhoca, vaso.
E claro, um brinquedo tão abstrato tem que ter um passado no mínimo bizarro.

O uso original:

Removedor de manchas de papel-de-parede. E era um dos bons.
A massinha existia como algo sem nome, vendido por uma companhia chamada Kutol, como um composto para limpar as paredes revestidas. Entretanto, com o advento dos papeis-de-parede de vinil, a limpeza ficou simplificada a um pouco de água e sabão.
A massinha então se tornou obsoleta, e as coisas ficaram “pretas” para a Kutol – até que eles, com muita sorte, descobriram que uma escola de enfermagem estava usando sua gosma de limpeza para fabricar ornamentos de Natal. Percebendo a jogada, a Kutol imediatamente removeu os detergentes da massa, trocaram o nome para Rainbow Craft Company (Companhia Fabricante de Arco-Íris – apesar de o produto continuar vindo apenas na cor branca) e passaram a vender o antigo limpador de parede como brinquedo.
Eventualmente outras cores surgiram e o produto ganhou o nome de Play-Doh. E assim um império dos brinquedos surgiu, dos químicos de limpeza caseira.

2 – Saca-rolhas era ferramenta militar para remover balas


Essa você não imaginava, também! Hoje temos uma ferramenta apenas para as rolhas, mas antigamente, as rolhas eram outras…

O uso original:

Na verdade, não é um saca-rolhas. É uma rosca de arma, o que já nos faz lembrar do exército.
Houve um tempo em que as armas eram muito pouco confiáveis. Balas ficavam presas no cano toda hora, o que era um problema, já que você não podia atirar até que o impedimento fosse removido – e nesse momento provavelmente alguém estaria atirando em você. A rosca de arma foi desenvolvida para remover as balas emperradas e outros bloqueios, e foram essenciais por muito tempo.
Mas como o saca-rolhas entra nessa história?
A resposta é sincronia. As garrafas de rolha seguiram a rota tradicional das invenções humanas, ou seja, as pessoas começaram a usá-las antes de saber exatamente o que estavam fazendo. Nesse caso particular, as rolhas começaram a circular sem que alguém tivesse criado um produto para remover elas, o que forçava a manter a rolha metade para fora, facilitando a retirada.
Como não havia uma forma muito segura de fechar a garrafa, foi uma questão de tempo até as pessoas começarem a selar exageradamente as garrafas de vinho. Eventualmente, alguém com passado militar tomou consciência de que o aparato de retirar balas servia perfeitamente para remover rolhas. A partir do século 17, as antigas roscas de arma se tornaram saca-rolhas, sendo manufaturadas com esse propósito específico.

1 – Spray WD-40 era usado para proteger mísseis nucleares



Uma lata de WD-40 está em toda garagem do mundo ocidental. Usado frequentemente para afrouxar parafusos enferrujados e silenciar dobradiças barulhentas, ele na verdade tem tantos usos que poderia substituir a caixa de ferramentas do MacGyver.
Mas existe um uso que talvez você não costuma se apropriar: Mísseis nucleares Atlas.

O uso original:

Entrando no campo da química: a água faz o metal enferrujar. Então, se você não quer o metal enferrujado, precisa de algo para repelir ou deslocar a água. Em 1953, uma empresa pequena de São Diego, a Rocket Chemical Company, decidiu fazer uma fórmula como nunca antes vista. Na quadragésima tentativa, conseguiram. O nome? A abreviação de “Water displacement, 40th attempt” (Deslocador de água, 40ª tentativa).
Então eles aplicaram seu novo produto no local intencionado: mísseis nucleares intercontinentais.
A primeira utilidade do WD-40 foi prevenir os efeitos catastróficos da água na camada externa de mísseis Atlas SM-65, que não possuíam nenhum tipo de proteção contra a ferrugem. O WD-40 os mantinha funcionando e sem ferrugem – que na casca de mísseis significa problema, já que pode causar transtornos na rota e explodir em lugares não muito esperados.
O WD-40 permaneceu como um segredo até que o fundador da empresa, Norm Larsen, enxergou o dinheiro que poderia ganhar tornando o produto disponível para uso civil.

Fonte: http://hypescience.com