A agressividade dos diabos-da-tasmânia, marsupiais
que vivem no sul da Austrália, aumenta o risco de tumores de face mortais na
espécie, o que tem deixado esses animais à beira da extinção, segundo um novo
estudo publicado na revista da Sociedade Ecológica Britânica.
Os pesquisadores da Universidade da Tasmânia
analisaram, entre 2006 e 2010, 300 "demônios" que habitam a região de
Cradle Mountain.
Os autores descobriram que os bichos que mais
mordiam outros indivíduos já infectados por um vírus tinham mais câncer de boca
e acabavam morrendo em 100% dos casos, por conta de deformações que os impediam
de se alimentar.
Isso porque o ataque acabava espalhando o vírus
entre os agressores – chamados pelos estudiosos de "super-receptores"
de tumor. De acordo com os cientistas liderados por Rodrigo Hamede, os
diabos-da-tasmânia contaminados tinham entre 0 e 4 mordidas, enquanto os
saudáveis apresentavam entre 5 e 15, ou seja, eram mais vítimas.
Os cientistas apontam que, desde que foi descoberta
em 1996, essa doença já eliminou mais de 60% da espécie.
A alta taxa de mortalidade por causa desses tumores
representa uma "pressão adicional" na redução da população desses
mamíferos. Por essa razão, Hamede espera que o processo evolutivo se acelere,
para permitir que esses carnívoros diminuam a agressividade e aprendam a
coexistir com a doença.
O diabo-da-tasmânia está incluído na lista nacional
da Austrália de animais em perigo de extinção e também na lista vermelha da
Organização das Nações Unidas (ONU) por considerar que, em um prazo de 25 a 35
anos, pode desaparecer se antes não for encontrada uma cura para esse câncer
facial.
fonte g1.com.
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